Madeirites, pregos e a ajuda dos vizinhos. É só o que os moradores da Favela do Jardim Veloso, em guia Carapicuíba, na Grande São Paulo, têm para reconstruir suas casas. Várias famílias perderam tudo no incêndio que aconteceu na última terça-feira, dia 6. No entanto, a maioria dessas famílias continua desabrigada.
Até esta sexta-feira, segundo os moradores, a única coisa que a prefeitura da cidade fez pelas vítimas do incêndio foi fornecer madeirites para que elas refizessem os barracos. O madeirite é um material altamente inflamável, o que aumenta o risco de novos incêndios. Os moradores não estão nem um pouco satisfeitos e temem mais acidentes.
“Essas madeiras pegam fogo muito fácil. O que a prefeitura está fazendo não está certo. Eles deveriam tirar as pessoas desse lugar e colocar em um local melhor ou no mínimo dar blocos”, reclama o pedreiro José Osmar da Silva.
O pintor Gildenor Sireaco da Silva está desabrigado trabalha sem parar para construir sua casa novamente. Desde o dia do incêndio, ele está com a mesma roupa. “Estou arrasado. Perdi tudo. A prefeitura não pode abandonar a gente assim”, diz.
“Nós não salvamos nem um travesseiro. Eu estava em casa com meus quatro filhos. Só conseguimos salvar mesmo a família e uma carteira de trabalho”, lamenta a autônoma Talita Rosa Fernandes Dolino.
Queimaduras/ De acordo com o Corpo de Bombeiros, a causa do acidente é desconhecida. Pelo menos 15 casas foram atingidas pelo fogo e uma pessoa ficou ferida. Vanderlei Cardoso dos Santos sofreu queimaduras de terceiro grau. Ele está internado no Hospital das Clínicas, na capital, e o quadro dele é estável.
A prefeitura de Carapicuíba informou que a Secretaria de Assistência Social e Cidadania mantém contato com os moradores da área e acrescentou que apenas na segunda-feira poderá se pronunciar sobre os problemas apontados pelos moradores e vítimas do incêndio na Favela do Jardim Veloso.
Risco de enchente também preocupa
O risco de enchente é outra preocupação dos moradores do Jardim Veloso. O córrego que existe junto à comunidade está cheio de restos de madeira, entulho e móveis. “Prometeram limpar, mas até hoje nada. Se chover vai encher”, diz o auxiliar de serviços Jair Dantas da Costa.
Última grande cheia aconteceu há 8 meses
Uma grande chuva deixou, há oito meses, vários moradores desabrigados. “Perdi tudo, minhas coisas foram parar dentro do córrego. Estou morando na rua”, disse Severino Batista, de 60 anos.
Fonte: Rede Bom Dia